A carruagem aportou mais cedo, pois no tempo da noite, os tic tacs da cabeça são mais rápidos, mas também mais fracos. Beijei as princesas, que no fundo do sono retribuíram com um sorriso e sai pra ver as teia de aranha e os muros altos das montanhas da alemanha. Dirigindo a carroça, estava um bretão, bem bretão, desses que quase já não tem mais aqui. Com uma voz de 100 anos que não gostava de futebol e nem sabia se o povo da alemanha conhecia a graça e o sorriso. Porque aqui, sorriso é coisa de plebeu.
A estação da viagem estava muito cheia, todos os mercadores de idéia, vendedores de sonhos, jogadores de moeda e chefes de bixos pareciam querer viajar na mesma hora. Até parecia nossas estacoes do sul, mas com um ar mais difícil de respirar. Depois de passar pela máquina de passagem, entrei no salão pra esperar o balão que ia me levar. A noite já estava demorando uns 3 dias.
Me escondendo sem querer, senti que finalmente o balão chegou no chão. Uma grande estação com umas pessoas correndo de um lado pro outro e um caminho mais comprido que as cobras gigantes do pantanal estava dizendo umas coisas pra mim numa língua que eu não entendia nem escutava. A minha sorte e que as minhas princesas me ajudaram a desenhar um mapa do buraco da alemanha e tentei pegar o túnel certo pra chegar até o muro que não esta mais lá.
Pra nao dar sinais de alerta, filmei escondido pela janela os moinhos e as plantações que passam quase flutuando.
Na parte 3 dessa história, conto como foi que cheguei até o muro que não está lá, e de como o buraco da alemanha tem uma memória inesquecível dos últimos 30 segundos.
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